Há uma quantidade imensa de sentimentos dentro de mim.
Raiva, anseio, ciúmes, amor, paz... Há expectativas de sonhos e realidades. Uma
vontade absurdamente grande de conquistar o mundo. Vontade de você. Há
incontáveis vezes que sonhei com algo parecido com isso: Eu e você, uma cabana
numa montanha, uma preguiça e uma rede. E bem lá no alto havia coisas do tipo:
Árvores gigantes, flores ao nosso alcance e todo aquele papo de felicidade.
Sonhei. E quem não sonha? Quem não vive, então.
Há uma quantidade suficiente de sentimentos dentro de mim
pra mover todo esse mundo. Sentimentos que se distinguem e que são loucos.
Louca. Apaixonadamente sonhar. Viver de amor. E que deixa pra lá o dinheiro e a
ignorância de quem não sabe interpretar sonhos, muito menos de realizá-los.
Há uma quantidade de sentimentos dentro de mim que parece
uma hora explodir, mas só de vez em quando. Há também esse choro no meu peito
que às vezes escapa sem querer e derruba no meu travesseiro fazendo-o molhar.
De repente me torno medrosa, confusa, triste.
Tempestades em copos d’água. Minhas lágrimas de
medo... E meu sonho outra vez se parte. Saudade da criança que eu era. De vez
em quando caia e ela costumava me repreender. Tenho medo. Eu sempre tive medo.
Como pode ser tão medrosa assim?