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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Amor e coisas fúteis.



Eu não ando bem. Eu ando mais bipolar do que antigamente. Antes era só eu o amo, eu o odeio, eu não o suporto. Mas eu já sei que amor pra mim é o que não falta. Amor além de tudo, além de todas as coisas tão fúteis que andam dizendo por aí, amor além do mar de tão grande que é. E até maior. Saber o que escolher e se realmente vai ser certo pra você, é com certeza uma das coisas mais difíceis da vida. E eu penso que não tenho muito tempo pra pensar, eu devo agir, mas ultimamente o sofá está sendo o meu porto seguro. Eu choro por ser feliz e também choro por estar fazendo coisas sem resultados finais. Choro pela saudade e pelos que já escolheram um caminho que destruirá por fim sua vida. 
Eu mantenho meus pés no chão e minha mente mais atualizada do que nunca. Eu tenho um coração forte, mas se alguém me der adeus eu não sei quanto tempo irei durar. Minha mãos tão frias revelam meu medo e minha angústia pela demora. Meus olhos compartilham desejos que foram escondidos por anos e que enfim foram revelados por um intruso que entrou na minha vida por acaso. 
Sei que nada é tão certo ou tão errado nessa vida que não se possa tornar perfeito. Mas sei também que lutar é o que todos dizem, sei que sucesso é o que todos querem e sei também que essas duas coisas são realmente difíceis. Lutar garantindo seu sucesso. O amor. Se o que importa mais pra mim, e se talvez me perguntarem isso, minha resposta vai ser simples, apesar de no meus horóscopo dizer ao contrário, eu prefiro o amor, e você, prefere o que?     
Acabar e recomeçar a vida. Coisas que combinam em um único sentindo. Já pensou em recomeçar tua vida e de uma forma completamente diferente? Os erros são fatos. Você já errou então por favor não negue de forma alguma. Pelo menos hoje você sabe o que é meio certo e meio errado não é verdade?  

domingo, 29 de janeiro de 2012

Anthem Of The Angels - Breaking Benjamin




There is nothing left of youI can see it in your eyesSing the anthem of the angelsAnd say the last goodbye 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Sem assunto





Acordei eram exatamente 07h06m. Eu olhei pro relógio e dormi outra vez. Cansada, dia cheio ontem. Acordei de novo e eram pra lá de meio-dia. Estou odiando dormir tão tarde e acordar mais tarde ainda. Mas não tem outra. Acho que voltar a minha antiga rotina de estudante não vai ser nada fácil. Não mesmo. Eu sempre dormi muito cedo pra acordar disposta no outro dia. Detalhes. E em falar de disposição, acordei disposta a escrever um texto bom, um assunto legal, talvez uma matéria que todos iriam gostar. Não sei. Essa minha mania de escrever coisas muito complexas de entender. Essa mania sem complemento. Entendem? Eu realmente acordei com vontade de escrever uma coisa legal.
“Oi pai, o que tem pra hoje?” Também estou odiando o fato de ter que acordar e ir logo almoçar. Já faz semanas que não tomo um café da manhã. Café, que saudade de tomar um cafezinho de manhã, Ás oito, nove horas. Coisa boa. Ainda estava pensando em algo pra escrever, relatar, postar... Sem idéias, sem nada em mente eu fui pra sala e me deitei. Deitei um pouco e abri meu computador, vi algumas coisas, poucas coisas, a internet não anda colaborando esses dias. Fechei meu computador por cansaço. Estou tão cansada dessas férias. Coisa estranha né? Cansar de férias. Mas eu realmente sinto falta das aulas chatas, dos amigos loucos na sala de aula. Na verdade eu sinto um medo gigante de perder isso tudo. Mas eu vou perder isso, fato. Todos perdem. Deitei-me e olhei pro livro de Dan Brown, Código da Vinci, e já tem semanas, quase meses que estou tentando terminar de ler esse livro. Coisa chata. Nem é por preguiça, e por falta de tempo, tempo esse que me dediquei total a outras coisas fúteis. A gente se arrepende com muita coisa, coisas tão pequenas.
Não li, não quis. Eu estava com preguiça admito, mas só hoje. O dia foi cheio ontem. Esse negócio de ter que escrever pro blog pra conseguir seguidores, fãs é uma coisa tão complicada né? Concordam? Eu luto até pra conseguir inspirações, busco coisas do passado, mas é chato também. Vamos viver agora, o presente. Mas e a inspiração? O cansaço e a preguiça tomam conta. Não sobra espaço pra criatividade, entende?
Aí eu quase dormi. Mas tinha que ir pra academia. Todos aqueles corpos suados me dão vontade de tomar banho. Um banho bem quente pra me livrar de todas aquelas bactérias. Um banho não tira todas as bactérias sua burra. Enfim, eu voltei e tomei o meu banho gostoso. Fica pensando em coisas pra escreve, eita, coisa chata isso. Eu ainda estava pensando sabe, daí surgiu vários assuntos. Eu poderia falar de desilusões amorosas, mas meu Deus, pra que vão querer ler coisas desse tipo? Pra chorar e relembrar o passado tenebroso? Daí, pensei em falar sobre solidão, mas gente, solidão por si só já é uma coisa tão ruim, vamos embora, “em busca de um amor que nos deixem felizes”, solidão não. Por favor, uma xícara de chá por que to ficando estressada. Daí, pensei em falar sobre amores e suas loucuras. Amor é uma loucura. Sentir uma coisa tão pura e rara é uma loucura. Bando de loucos desvairados. Eu amo, mas não sou louca, ou sou? Beleza, agora eu quero chocolates, e faz tanto tempo que eu não compro um diamante negro. Coisa boa. Coisa chata isso também. Ficar sem chocolate é a pior coisa que existe... Ficar sem amor então...
Eu me deitei no sofá por horas, sai e comi algumas coisas que fazem mal à saúde do ser humano. Eu sou uma espécie de humana fora de ordem. Não sigo muitas regras e não quero ser igual, afinal, quem quer? Quem ta comigo levanta a mão? Não temos ordem, mas isso não significa que somos baderneiros. Ordem e progresso, que ironia em relação onde que eu vivo. Pra frente Brasil! Não sou tão patriota assim. E aí eu quis mais chá e chocolates, aliás, ainda quero, “Mãe, me dá uns chocolates”.

O livro do Dan Brown tem 105 capítulos estou-nos 90. Detalhes. Na Record eu vi o Dr. House beijando uma mulher, o que me deixou com ciúmes. Em Londres, jovens se divertem em boates, festas, repúblicas ou na própria mansão. Nos Estados unidos há muita correria e o Japão é meio louco. E eu? Eu continuo pensando sobre o que vou escrever. Coisa chata isso.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Culpado.




Eu não queria mudar em nenhum momento, e o tempo todo eu te dizia isso " Não vou mudar, nunca, nem por você, nem por ninguém". Estava cravado isso em mente, eu manteria meu coração a salvo sem você perceber o tumulto de sentimentos ruins que o tomavam. Eu não ia mudar, mas de repente você escorregou e tropeçou nas lembranças mais antigas fazendo com que elas se tornassem hoje o meu pior pesadelo. Você caiu, e fez com que eu caísse junto. Você errou e fez com que eu me tornasse a pessoa mais fria do mundo. Você é o culpado por eu ter examinado coisas fúteis que me fizeram mesmo assim chorar. Culpado de ter virado minha vida de ponta cabeça e ter estragado meus planos pra você. Eu tinha planos se você não sabia, pra nós dois, enquanto você me colocava em segundo, terceiro, último lugar na sua vida, dos seus planos, projetos... Enquanto eu o amava, você mantinha dúvidas sobre o que sentia por mim. Enquanto eu era totalmente fiel a você, você me machucava, e enquanto eu tentava te proteger, você me deixava solta, livre. 

Por algum tempo eu tentei realmente encontrar outra pessoa. Tentei te substituir, fazer com que você voltasse em outro corpo. Eu te procurei em outras pessoas. Por algum tempo eu me mantive isolada um pouco pensando em tudo o que tínhamos em mente, e em tudo o que pensávamos juntos. Eu pensava em você. Por algum tempo, eu me deixei escapar algumas vezes, eu precisava viver. Viver sem você. Sem me arrepender eu fiz coisas sem pensar, e me arrependendo de olhar nos seus olhos e te ignorar. Eu precisava te ignorar. Você entende? 
Eu passei por coisas que você não iria entender. Não fui eu que te machuquei. Não fui eu que roubei seu coração e o trancou num pote. Foi você. Você se feriu algumas vezes, e eu torcia tanto pra você vir até mim e me dizer coisas que eu precisava ouvir. Coisas do tipo: Vamos fazer nossos planos juntos outra vez? De joelhos, me pedindo perdão. Mas você não seria capaz de tal gesto nobre, claro, você nunca foi capaz nem de me mostrar o que sentia de verdade. E sabe, até hoje acho que não me amou de verdade. Acho que brincou, que testou, que queria aprender alguma coisa pra mais pra frente não magoar ninguém. 
E aí? Conseguiu aprender tudo direitinho mesmo? Ou vai querer se testar outra vez com essa tola que ainda te ama? 

Acreditar.




Parece fazer sentido agora. Todas as coisas em certo momento da sua vida se encaixam, concordam? Você já percebeu que só a noite é que pensamos mais nas coisas que aconteceram? Você também já percebeu o quanto difícil lidar com coisas complexas tipo sentimentos? E to falando sentimentos dos outros. Como é f** decepcionar alguém, pior ainda é ser decepcionado. Quem nunca foi decepcionado? Ah! Jura que não? Eu duvido muito. Todo mundo já teve um idiota fazedor de sofrimentos na vida. Eu digo todos. São, todos. Homens e mulheres. Mas o que eu to querendo dizer é o seguinte: Péssimas escolhas na sua vida só farão vocês crescerem mais. Acredite em você e acredite também no que pode alcançar. Todos nascem com a capacidade de poder lutar. Não digo lutar fisicamente, mas lutar por algo que queira muito. Minha mãe sempre me falava: Se você ficar parada aí você não vai conseguir mudar o mundo. Aja. Começa com você.  

domingo, 22 de janeiro de 2012

As Luzes- Último Capítulo




" Toda noite antes de dormir eu podia sentir um vento forte e frio, bem frio... Era Aaron..."


Elizabeth, Anjo da vida, Quarta dimensão. Era tudo anormal de mais pra mim, mas por Aaron eu era capaz de quase tudo. As pessoas vivem iludidas por certos amores, certas paixões, e quando encontram a pessoa certa às vezes a descartam pensando que algo dará errado com o passar do tempo. O tempo, algo muito mais sublime, muito mais complexo do que isso tomou a minha vida, e a fez com que virasse de cabeça para baixo.
- Diga Aaron, o que vou ter que fazer, exatamente?
- É um ritual, basicamente... Mas eu temo a sua vida, tudo que você tem Melissa, eu te amo, quero que fique bem... – Aaron estava aparentemente abala com cabeça baixa.   
- Diga logo Aaron, vou fazer tudo o que eu puder, só me dizer o que devo fazer e farei, por você, por nós...
- Há vários rituais antigos para invocar anjos. Elizabeth possui um ritual só dela. São palavras antigas e sábias, absurdamente difíceis de pronunciá-las.
- É só me dizer, eu vou conseguir...
Aaron pronunciou as palavras bem baixas no meu ouvido. Fiz um menor pentagrama na sala com cinzas. Tentei pronunciar as palavras algumas vezes, mas nada acontecia. Aaron ficava me olhando em uma distancia curta.
- Melissa, está fazendo errado... Tenha fé e diga as palavras corretamente. Você consegue.
Senti naquele momento algumas coisas ruins. Meus olhos ardiam, minha cabeça latejava, estava com enjôos terríveis e minhas mãos tremiam. Disse chorando e com um medo que aumentava a cada segundo todas as palavras, corretamente... Sem nenhum erro... Exatamente o que Aaron tinha me dito.

Olhei para trás e vê se Aaron ainda estava me olhando e me protegendo, mas quando virei, ele já não estava mais lá. De repente senti um medo terrível e corri para um canto da sala. Encostei-me à parede e fiquei com os olhos tão abertos assustada que parecia que nunca mais ia sair dali. Do nada começou a ventar muito forte. O céu ficou nublado e algo parecido com passos chegava perto de mim.
- Aaron? Aaron, por favor, você ainda está aqui? – Assustada não contive o choro.
- Mel... Melissa... – Disse uma voz feminina. A voz mais suave e doce que eu jamais tinha escutado antes.
- Não pode ser... Elizabeth, e você? – Eu voltei perto do menor pentagrama e tentei invocá-la pra mais perto de mim.
- Elizabeth se for mesmo você, eu preciso de ajuda. – Meus olhos ardiam muito, e já não conseguia enxergar muito bem.
De repente vi o que parecia uma pessoa. Mesmo assustada eu tentei chegar mais perto. Como não conseguia enxergar deixei o som da sua voz me guiar.
- Diga Mel, diga do que precisa... Se estiver ao meu alcance, poderei ajudá-la... – Ela se afastou.
- Preciso que o Aaron viva pra sempre comigo, preciso que o transforme. – Disse chorando.
- Melissa, Aaron é um anjo da morte. Está morto, praticamente. São coisas complexas, distintas, diferentes, você e ele estão completamente separadas por quatro dimensões. Você só poderá ficar mais perto dele se morrer. Transformá-lo igualmente a você, eu não poderei... Perdoe-me por isso.
- Elizabeth não vá, eu preciso que Aaron fique perto de mim, eu realmente preciso dele... – Tentei me aproximar mesmo com a vista totalmente embaçada.
- Eu também precisava de Matt, mas não pude ficar com ele... Entreguei minha alma num ritual perigoso e muito, muito antigo, tudo pra poder ficar com Matt. E o que aconteceu foi isto que está vendo agora. Tornei-me um anjo da quarta dimensão. Mas não sou poderosa como Aaron deve ter te falado. Não posso fazer tantas coisas... – Disse se afastando outra vez.
- Elizabeth, não... Não por favor... Volte. – Gritei, e de repente tudo ficou mais claro e senti meu corpo sendo puxado para trás. Meus olhos param de arder e tentei procurar Aaron por toda parte do apartamento.

Aaron não podia se transformar. Eu entendia, mas não aceitava. Aceitar o fato de um anjo ter se apaixonado por mim e ter mudado completamente a minha vida pra depois nunca mais poder vê-lo era doloroso de mais. Fiz tudo o que estava ao meu alcance. Aaron por sete anos também tentou fazer de tudo. O único homem que conseguiu fazer com que eu esquecesse todos os meus problemas e ter mudado minha opinião sobre a vida agora eu nunca mais poderia vê-lo. Era inaceitável e doía feito bala no peito. Doía, e era como se estivesse morrendo aos poucos. Viver sem Aaron agora era uma certeza. Sete anos antes eu ainda tinha algumas expectativas de poder encontrá-lo em algum lugar. Sete anos antes eu podia senti-lo em alguns lugares do meu apartamento e de alguns lugares onde eu visitava. Mas ter certeza que nunca mais você poderá ver o homem em que está apaixonada...

Um ano depois.

Na sacada do vigésimo quinto andar...

- Aaron, tenho me dedicado ao máximo, mas morrendo poderei por alguns segundos vê-lo outra vez... Tenho lutado tanto, tanto, mas não consigo manter sentimentos bons dentro de mim. Perdi a fé, perdi tudo o que tinha, só não perdi o que sentia por você a oito anos atrás...  
Tentei me jogar, tentei morrer, mas algo muito mais forte me puxou para trás.
- Por favor, não tente fazer isso nunca mais... – Não pude vê-lo mais pude ouvi-lo... Era Aaron, me salvando outra vez.
- Aaron? Aaron apareça imediatamente. – Gritei.
Aaron me salvou todas as vezes que tentei me matar pra vê-lo. Depois de um tempo tentando tirar minha própria vida, comecei a entender o que estava acontecendo. Aaron levava pessoas que morriam por causas naturais, sendo assim, mesmo me matando eu não ia conseguir vê-lo. Mesmo não podendo vê-lo, eu podia sentir ele me olhando todas as noites quando ia dormir. Ele sempre soube que eu sabia disso.

Aaron continuou me protegendo, continuou me olhando, continuou me amando, e eu continuei sentindo ele. 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

As luzes- Capítulo 12




Quando soltei Aaron ele se virou para mim e nos olhamos nos olhos por apenas cincos segundos. Ele segurou minha mão e me deu um beijo.
- Melissa, eu não sei o que é o amor, mas o que eu sinto por você ultrapassa os limites do céu e do inferno. O que eu sinto por você, nenhum anjo sentiu por um humano nunca em toda nossa história... Eu a amo, se isso for amor.
- Eu também não consigo explicar direito o que eu sinto quando penso em você. Na verdade eu nunca senti em toda minha vida, é uma ansiedade misturada com saudade... É amor, eu tenho quase certeza disso. - E eu sorri com os olhos cheios de lágrimas – Mas podemos ficar juntos? Eu digo... Pra sempre!
- Eu queria ficar com você, mas eu não tenho uma “vida” eu sou um anjo, não um humano... Eu não envelheço, eu não sinto as pessoas me tocarem...
- Espera aí, você não me sente? – Disse soltando suas mãos
- Não Melissa, eu não sinto você, mas você pode me sentir.
Eu me afastei. Não podia estar acontecendo aquilo. Não bastava eu sentir Aaron, ele também tinha que me sentir. Eu comecei a chorar discretamente. Não acredito, estou apaixonada por um fantasma.
- Eu não sou um fantasma. – Disse rindo.
- O que? Como você...
- Eu também consigo ler seus pensamentos... Desculpe-me por isso, mas não consigo evitar. Você é tão especial, tão inteligente... Linda. – Se aproximou de mim e voltou a segurar minhas mãos.
- Tudo bem, obrigada. – Agradeci e sorri. – Mas você não pode fazer nada? Você não pode se tornar humano igual naquele filme? – E ri.
- Seria uma loucura, todos os anjos iam querer também.
- Mas é só dizer pra eles que os humanos morrer. Acho que eles não vão querer se tornar humano também, você não acha?- E levantei as sobrancelhas como se estivesse tendo uma idéia genial.
- Melissa eu realmente não sei o que fazer, eu só sei que preciso muito ficar com você, preciso te proteger de perto. Estar com você, e por pelo menos um segundo poder te sentir. Era tudo o que eu mais queria. – Um anjo da morte estava quase chorando na minha frente. Era tão estranho e ao mesmo tempo tão lindo.
- Você pode fazer alguma coisa sim, é só querer. É só correr atrás. Tente, por mim... Tente.

Quando tudo de repente ficou escuro outra vez. Eu cai, e quando fui me levantar e abrir meus olhos eu estava em casa, no meu quarto, mais precisamente em cima da minha cama.
- Aaron? Onde você está? – Fui correndo na sala e comecei a gritar seu nome.
- Melissa calma, não grite, estou aqui. – Aaron apareceu na sacada.
- Que bom, por um momento pensei que tinha sonhado tudo aquilo.
- Você realmente sonhou Mel, você estava aqui o tempo todo. – Disse tranqüilo se aproximando de mim. – Eu quero que você faça uma coisa por mim. Uma coisa por nós dois.
- Fale, eu faço tudo o que quiser. – Eu estava um pouco nervosa e ansiosa.
- Eu sei de um caso que aconteceu há cem anos. – Mandou eu me sentar e continuou contando. – Conta a história de um anjo da minha espécie, Matt, que se apaixonou por uma humana simples. Ele tentou de todas as formas se tornar um humano para conseguir viver ao lado de sua amada, que se chamava Elizabeth.
- E ele conseguiu? – Disse animada.
- Na verdade não, o que aconteceu foi que Elizabeth morreu e se tornou um anjo, assim como Matt e...
- Aaron você quer que eu morra? Não posso fazer isso...
- Calma Melissa, não é isso, Elizabeth é uma de nós, mas com poderes especiais. Um anjo da vida. Quarta dimensão. O que vou te mandar fazer talvez seja perigoso de mais, então escute com atenção...

continua...

As Luzes- Capítulo 11




09h47min

Eu tinha certeza que tinha acordado, meus olhos estavam abertos, mas estava tudo tão escuro que eu parecia ter ficado completamente cega. Eu estava numa espécie de cama, não sabia se era uma cama exatamente, mas era tudo muito macio e cheirava bem.
- Alguém? Por favor? – Gritei desesperada. Tentei me levantar, mas o chão estava muito gelado, então resolvi ficar na cama. Ainda permanecia muito escuro e eu continuei gritando até alguém finalmente aparecer.
- Melissa... – Era a voz de Aaron, eu não estava enganada, eu reconheceria aquela voz em qualquer lugar e mesmo que se passar cem anos a voz de Aaron continuaria a mesma.
- Aaron, pode ligar a luz, eu não consigo te ver. – Disse ficando de joelhos na cama.
Aaron apareceu pra mim numa luz bem fraquinha. Ainda continuava muito escuro e não dava pra enxergar quase nada. Só Aaron que se aproximara bem devagar perto de mim.
- Pronto, consegue me ver agora?
Aaron estava lindo. Não tinha envelhecido nada. Depois de sete anos Aaron continuava a mesma coisa. O mesmo cabelo médio, os mesmos olhos claros e brilhantes, o mesmo rosto tranqüilo.
- Por que está fazendo isso comigo, aliás, por que fez isso comigo durante esse tempo todo? Você não tem noção pelo que eu passei esses sete anos sem você. – Disse olhando bem fundo nos seus olhos. – Posso te abraçar? Pelo menos...

E Aaron chegou mais perto de mim e me deu um beijo na testa e disse:
- Você também não tem noção do que é poder te olhar, mas não poder te tocar. – Disse segurando minhas mãos.
- Me explica o que aconteceu? Explica-me você... Explica-me tudo... É tudo tão surreal pra mim.
- Pode fazer todas as perguntas que quiser, hoje vou te contar tudo o que aconteceu naquela noite e durante todos esses anos por que você não pôde me ver. – Sorriu.
De repente tudo ficou bem claro e branco. Mas só havia eu, Aaron e a cama em que estava sentada.
- Primeiramente, onde estamos? Que lugar é esse? – Disse assustada.
- Estamos onde eu vivo. Estamos quase no céu. Mas pode ficar tranqüila... Você vai sair daqui depois que eu lhe contar tudo.
- Tudo bem então, pode me dizer o que aconteceu naquela noite em que me salvou?
- Melissa, primeiro quero lhe dizer uma coisa... – Disse abaixando a cabeça e depois olhando para os meus olhos outra vez. – Não sou igual a você. Na verdade meu trabalho é tirar as dores das pessoas que estão morrendo levando-as a um lugar de eterna tranqüilidade.
- Como assim? Então você mentiu pra mim... – Disse já bastante irritada. – Você não trabalha com fotografias e luzes.
- Não, não trabalho, mas aquele era o trabalho que eu queria seguir, aquele era o apartamento que eu queria ter, tudo aquilo foi uma ilusão, mas tudo isso eu só poderia ter se eu fosse humano.
- Você é louco? O que é você?
- Melissa... Naquela noite em que passou muito mal por ter ingerido uma droga muito forte... Você estava morta, e eu tinha ido até lá para te levar comigo.
Comecei a chorar quase não entendendo muito bem. Morta? Eu não estava morta, eu acordei na casa de Aaron... Impossível.
- Aaron, como você me diz uma barbaridade dessas? Como me explica eu ter acordado então?
- Melissa, eu entreguei sua vida de volta ao seu corpo. Eu não queria deixá-la morrer, então fiz... Estou aqui de volta pra te falar que fui punido por um tempo por ter feito isso. Sete anos... Sete anos de punição. – Seus olhos ainda brilhavam... – Melissa, eu sou um anjo... Mas não sou um anjo qualquer, sou um entre vários anjos da morte, como as pessoas daqui da terra costumam nos chamar.
- O que? – Eu ri um pouco e depois parei – Anjo? Aaron eu não acredito em anjos...
- Então como me explica eu ter desaparecido da sua frente em questão de dois segundos? Pode me explicar Melissa? Pode me explicar eu não morar naquele prédio em que você foi visitar pensando que eu estava lá? Pode me explicar como se salvou daquele acidente horrível de carro em que sofreu a quatro anos atrás? Explica-me... Vai em frente.
- Como você sabe que... Você realmente é um anjo... Mas se você é um anjo da morte porque me salvou todas as vezes que corria perigo? Por que não me levou e me deixou morrer?
Aaron se levantou e me deu as costas...
- Melissa eu te... Eu não sei bem te explicar isso, até por que acho que não deve ter muitas explicações pra isso que eu sinto... Mas eu só queria te proteger...
- Aaron você me ama. É isso? – E com um sorriso fui até ele e lhe abracei por um longo tempo...

Os Anjos da morte são como homens perfeitos. Trabalham de acordo com a lei. E pelo contrário, os anjos não são ruins e odeiam os humanos, eles fazem o que faz com muito amor e caridade. Os anjos que regem os processos da concepção vivem, normalmente, na quarta dimensão, e os que governam a morte vivem na quinta dimensão. Os primeiros conectam ao Ego com o zoosperma, os segundos rompem a conexão que existe entre o Ego e o corpo físico. Os ignorantes vêem os anjos da morte como uma figura aterrorizante, mas Aaron não era nada aterrorizante, e pelo contrário, era lindo... E estava apaixonado. 

continua...

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

As Luzes- Capítulo 10




" E se te encontro, me perco, é sempre assim..."

Por 5 segundos John me segurou. Com a mão em seu peito me esquivei para trás e não tão surpresa eu disse:
- John... O que está fazendo? Está louco? Somos amigos, você não podia ter feito isso... – e virei às costas.
- Melissa espere... – Me segurou pelo braço. – Me perdoe, não deveria realmente ter feito isso. Perdoe-me Mel?
- Tudo bem John. Tudo bem. Eu preciso ir, pode me deixar em casa?
- É claro, vamos.

Saímos da festa às pressas. Eu estava quase correndo e John começou a acompanhar meus passos rápidos.
No carro, eu nem se quer olhei para o rosto de John e ele estava aparentemente tenso e nervoso com toda aquela situação. Mas pudera. Éramos tão amigos, e de repente ele me rouba um beijo? Não queria ter pensar mais naquilo. John outra vez me pediu desculpas, e eu aceitei, disse que estava tudo bem e que não era pra ele se preocupar.
- Obrigada, até mais... – Me despedi entrando no prédio.
- Tchau Meliss...
E não escutei mais nada.

Entrei no elevador e comecei a pensar no que estava acontecendo. Do nada numa noite eu quase morro “envenenada” com uma droga que nunca tinha provado antes. Do nada eu conheço um homem fantasmagórico que aparentemente só aparece nos meus sonhos, e do nada meu melhor amigo me da um beijo na boca. Do nada, minha vida vira de ponta cabeça.
Entrei no apartamento e fui para o meu quarto. Já eram 22h45min e precisava descansar um pouco. Tirei minha roupa e vesti um pijama. Com vinte anos eu ainda usava pijama. Sim.   
Deitei-me e coloquei meus fones de ouvido.
“You have stolen...my... heart...”
E dormi.

- Melissa?
- Aaron? É você aqui de novo?
- Sim, sou eu Melissa... E quero te dizer uma única coisa.
- Até quando você vai continuar com isso? Por que eu nunca posso te ver? Por que eu nunca posso te tocar direito? Por que você não volta?
- Nunca, nunca me esqueça.
- E você acha mesmo que eu vou te esquecer?
E acordei. Eram apenas 23h00min. Aron nunca vai me deixar dormir em paz. E aparecendo todos os dias pra mim nos meus sonhos aí sim que eu nunca ia me esquecer dele. Eu não 
vou te esquecer, nunca.
Fui até a cozinha pra tomar um pouco de água e tentar me acalmar. Voltei e tentar outra vez dormir. Mas já tinha perdido o sono, mas mesmo assim fechei meus olhos e tentei não pensar em nada.

Durante sete anos, Aaron me perturbou em todos os sonhos que eu tive. Todos os sonhos, todas as noite e até à tarde nos finais de semana quando costumava cochilar. Todos os sonhos que eu tive sempre foram à mesma coisa “Melissa, nunca me esqueça.” Durante muito tempo Aaron fez com que eu não me esquecesse dele. Eu sempre me perguntava o “porque” Por que continuo tendo esses sonhos? Por que depois de tanto tempo? Eu não tinha essa resposta. Mas esperava mesmo que alguma coisa acontecesse.
Uma vez acordei bem cedo e comecei a pensar no que tinha feito esses sete anos desde que conheci Aaron. Tinha terminado minha faculdade três anos depois e começado a trabalhar num jornal local de Nova York. Meus amigos Haley e John começaram a namorar. Uma longa história. Tudo estava caminhando perfeitamente. Mas meus sonhos com Aaron continuavam.  

- Melissa? – Era Haley na porta do meu apartamento novo. Abri a porta e lá estavam ela e John juntos.
- Haley! Que bom que vocês vieram. Está meio desorganizado tudo, ainda estou me adaptando ao centro.
- Amiga, seu apartamento é a coisa mais linda que já vi! Parabéns, seu trabalho deve estar te rendendo muito lucro! – Disse ela brincando.
- Pois é. Lá é perfeito, tudo o que realmente sonhei. Apesar de tudo, estou bem e feliz, que é o que importa!
- Mel, só passamos pra te entregar esse presente. Estamos indo viajar a trabalho. Mas em poucas semanas estaremos de volta. Espero que você goste, abra... - Disse John com um sorriso no rosto.
- Mas, é claro que vou abrir. Nossa, nem precisavam me trazer presente seus lindos. – E sorri.
- Claro que tínhamos, é seu apartamento novo! Precisa de uma decoração especial.
Haley e John tinham comprado um quadro lindo de um pintor bem famoso da cidade, principalmente do centro. Ele ficava pintando ao vivo, para todos que quiserem ver. Era perfeito, ideal pra minha sala nova.
- Caramba! É perfeito. Obrigada meus amigos, vocês são ótimos. – Disse os olhos brilhando e já morrendo de saudade. Afinal, eu não teria mais meus melhores amigos comigo. Mas são só algumas semanas, pensei. Estaria tudo bem, eu ficaria bem sozinha.

Eles se despediram e foram embora. Quando saíram eu fechei a porta e pensei que poderia me divertir um pouco, afinal era sábado e eu estava sozinha. Sempre saiamos aos sábados. Eles sempre tentaram fazer eu me divertir um pouco, por que estava muito focada no trabalho e nas minhas pesquisas. Eu não tinha trabalho algum pra fazer então poderia sair um pouco.
Dormi um pouco a tarde e esperei dar 20h40min pra poder me arrumar e sair pra algum lugar. Quando terminei de me arruma, peguei as chaves, minha bolsa, abri a porta e pensei “Pra onde que eu vou hoje sem os meus amigos?” Pela primeira vez eu estava saindo sozinha. Podia fazer o que quisesse, mas eu era careta de mais pra isso.
Decidi então ir pra balada que eu tinha ido com a Haley quando Aaron me salvou. Será que ainda ela abre aos sábados?  Eu peguei meu carro no estacionamento e fui até lá.
Chegando à balada eu fiquei meio surpresa. Tinha sentindo uma coisa ruim por dentro de mim. Coloquei a mão no peito e meu coração começou a disparar.
- Por favor, moço, quanto está para entrar?
- Trezentos. – Disse ele pouco gentil.
- Aqui está – Entreguei o dinheiro.
Quando entrei estava tudo exatamente igual. Parecia que eu tinha sentido até a presença de Aaron ali ao meu lado... Protegendo-me.
Sentei perto do balcão e pedi um Jack Daniels. Olhava para todos os lados vendo se alguém outra vez por sorte quisesse colocar alguma coisa na minha bebida. Outra vez não, por favor. Eu só queria ficar ali tempo suficiente pra matar a saudade de Aaron, mesmo sabendo que eu nunca mais talvez fosse vê-lo. Queria só ficar ali...
A música estava boa e o ambiente era super agradável, mas não podia controlar a vontade de ver Aaron. Ele poderia estar ali, dançando, lindo... Quando de repente um cara surgiu e me chamou para dançar. Escondendo minha bebida eu disse que não queria e agradeci. Ele insistiu e eu fui ao banheiro deixando minha bebida no balcão.
- Será que eu nunca vou conseguir ficar em paz? Será que vai acontecer tudo outra vez? Mas se acontecesse talvez eu visse Aaron... Talvez eu pudesse... Caramba! É isso. Vou fazer tudo exatamente como fiz. Aaron vai quere me ajudar de novo!
Sai do banheiro e fui para o balcão. Esperando que alguém tivesse colocado algo em minha bebida eu tomei tudo de uma vez só. Quando senti uma dor insuportável na cabeça. Tudo começou a girar. Estou bêbada... Aaron?
- Melissa...
Eu tinha visto a mesma luz outra vez e o rosto de um homem com roupa preta vindo até mim... Eu não sabia se era Aaron, eu estava caído no chão... Quando fui tentar levantar eu cai outra vez e senti mãos geladas tocando a minha perna. E de repente não acordei mais durante a noite inteira.


continua...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

As luzes- Capítulo 9



" Não me deixe nunca, mas se caso for mesmo, me leve junto com você..." 

No dia seguinte fui pra faculdade. Dia normal. E normalmente eu levantava, tomava um banho rápido, café, bolachas recheadas, água, pegava minhas coisas e ia direto pra faculdade. Lá encontrava meus amigos, estudava feito uma escrava, por que era uma nerd sem fim. Ainda mais com tudo o que estava acontecendo comigo. Queria relaxar um pouco mais e tentar esquecer Aaron um pouco. Isso já estava me atrapalhando muito.

- Mel, que bom te ver, você está linda hoje, quer dizer mais linda ainda- John veio até mim. 
John era do tipo de melhor amigo protetor. Quase achava que podia mandar em mim por me conhecer há um bom tempo. Totalmente diferente de Aaron, John era loiro, magro e tinha os olhos mais azuis que o próprio céu no verão.
- Olá John, estou meio cansada hoje, mas que bom que estou bonita então. – Eu ri algumas vezes pra ele.
- Claro que está. Então, você vai querer fazer alguma coisa esse final de semana. Que tal sair com os amigos, o que acha?
- Bom, eu não estava pensando em nada, eu to tentando escrever um livro de romance e pensei em terminá-lo esse fim de semana ou pelo menos deixar minhas idéias lá no site da faculdade.
- Vamos Mel, você precisa sair mais com a gente. Você não veio aqui só pra estudar, tem que aproveitar essa cidade linda e grande que é Nova York e conhecer lugares novos. Podemos até viajar aqui por perto, o que acha?- Disse empolgado.
- John, não quero ser chata, mas viajar não vai dar, posso até sair no sábado com vocês, mas não vou querer beber ou fazer coisas que vocês estão acostumados a fazer. Você sabe...
- Então eu te pego no sábado? Ou você vai querer ir com teu carro?
- Eu vou com meu carro. – Disse não muito animada.

Sai da faculdade e fui direto pro meu apartamento. Deixei minhas coisas de lado e minha bolsa em cima da mesa de centro da sala. Liguei o som e coloquei no volume máximo. Apesar de morar em apartamento, ele era bem grande e meu volume nem era tão alto como muitos outros.
When the childrem cry, White Lion. A música mais linda que eu sempre escutei, desde criança. Apaixonada por White Lion. Eu sempre mantive pôsteres grudados na parede e cantava feito uma maluca na frente do espelho do banheiro da nossa pequena casa numa vila. Volume 100 e eu com meu “caderno diário” pela primeira vez falando sobre Aaron.

“Aaron, amor inconfundível esse que eu sinto.”

Eu já estava louca. Eu me sentia sozinha, claro, sempre. Mas chamar meus amigos pra irme na minha casa não ia adiantar muita coisa. Eu só precisava apenas de uma pessoa... Uma pessoa que talvez não existisse. Uma pessoa que talvez só existisse nos meus sonhos.
E quando terminei de escutar a música eu lembrei que tinha que terminar meus trabalhos da faculdade e minha história de romance que estava inacabada. Liguei meu computador e comecei fazendo pesquisas pro trabalho. Quando acabei, abri o Word e comecei a escrever a minha história. Não sei se daria um livro, não sei se faria um livro outra vez. Sempre deu muito trabalho publicar um livro bom. Então eu escrevia por prazer.

Passaram-se terça, quarta, quinta... Até chegar ao sábado.
John parecia ansioso a semana inteira pra gente sair pela cidade conhecendo bares e baladas que ainda não tínhamos visitado.
O telefone tocou as 14h30min.
- Alô?
- Mel sou eu, John. Desculpe te ligar tão cedo, você deve estar descansando. É que queria te avisar que Haley viajou, não vai dar pra ela sair com agente hoje. Tudo bem pra você? Podemos ir mesmo assim?
Haley não tinha me dito que iria viajar. Pra mim o combinado éramos nós três. Mas pouco importava, eu precisava mesmo esfriar a cabeça e ir curtir um pouco.
- Tudo bem John, podemos ir sim. Às oito você pode vir me pegar então?
- Mas é claro, com todo prazer.
- Beijo. – E desliguei.
Parecia ser estranho aquilo tudo. Eu nunca tinha saído com John sozinha. Mas parecia estar tudo bem. Éramos amigos. Apenas amigos.

Às 16h48min eu estava com preguiça e deitei no sofá pra dormir. Sempre quando me deitava a tarde eu conseguia cochilar pelo menos umas 3 horas. Era bom, por que a noite eu estaria mais disposta. Eu nunca tinha sonhado nos meus cochilos que dava á tarde, mas dessa vez eu sonhei...
- Melissa...
- Aaron é você?
- Claro que sou eu, e estou aqui pra te levar comigo
- Aaron onde você está? Está muito escuro, não consigo te ver.
- Siga seu coração... Ele lhe mostrara o caminho... Venha
- Aaron me dê à mão.
Aaron quando relou suas mãos nas minhas eu pude sentir pra valer. Eram frias e ásperas. Estava começando a ficar assustada outra vez. E de repente uma luz surgira do nada, meus olhos embaçaram e cai em um buraco muito fundo. Com um pulo daqueles que damos quando assustamos a noite eu acordei...

- Aaron?... Eu devo realmente estar ficando cada vez mais louca- Aaron você precisa me deixar em paz se realmente nunca mais vou te ver. Mas por favor, me dê algum sinal se irá voltar... Por favor... – Eu falei bem alto, e se alguém conseguiu me ouvir devia estar naquele momento me achando maluca.
A minha bolsa que estava na mesa de centro de repente caiu. É um sinal, não é Aaron? Você vai voltar pra mim...
Parecia que meu sonho tinha durado tão pouco e quando olhei no relógio já eram 19h20min. Não queria sair com John. Eu tinha sonhado com Aaron e queria dormir mais só pra tentar sonhar mais um pouco. Mas John me ligou.
- Oi John...
- Olá minha Mel... Só liguei pra te acordar. Eu sei que você costuma dormir à tarde então só pra não perder o costume de te incomodar- E riu
- Você sempre sabe que horas eu durmo. Impressionante. Acabei de acordar e já vou me arrumar. – E olhando para o espelho na minha frente eu ri.
- Então tá bom, até às oito!
- Até lá!

Às 19h25min fui para o banheiro e tomei um banho. Às 19h55min eu já estava pronta. Enquanto esperava John perto da entrada do prédio eu comecei a folhear algumas revistas.
- Hello, my Darling. – Brincou.
Eu sorri e entrei no carro.
- Pra onde vamos? – Perguntei
- Pra um lugar que você precisa conhecer!
Durante o percurso conversamos sobre várias coisas e relembramos um pouco do passado também.
- E você se lembra de quando pulamos de uma arvore gigante e você acabou ralando todo o joelho? – Ele riu e me fez rir também.
- É claro que me lembro, minha pele manteve as cicatrizes. Droga. – E sorri.
- Pronto, chegamos. - Ele disse.
Tínhamos chegado numa balada muito famosa de NY. Era cara, mas John fez questão de pagar pra mim. Quando entramos fiquei surpresa de tão imenso que aquele lugar era. Era lindo e tocava músicas do estilo Rock Indie. Era tudo que estava precisando mesmo. Sentamos perto do balcão e pedimos sucos naturais. Eu não queria beber álcool,já estava traumatizada.
- Quer dançar? – Ele me convidou
- John, sou péssima com músicas.
- Aproveita que essa música é calma e dá pra dançar de dois. Vem que eu te ensino! - Insistiu.
- Tudo bem então. Eu vou - Sorrindo.
Enquanto dançávamos John estava cada vez mais perto do meu rosto. Estava estranho demais pra mim. Considerava John como meu irmão, e dançar feito um casal de verdade era totalmente fora do normal.
- Você está tão linda esta noite
- É melhor pararmos por aqui, vamos nos sentar e conversar um pouco o que acha?
- Preciso te falar uma coisa antes...
- Fale... – Já esperava algo absurdo vindo de John.
- Eu te amo...mas é de verdade mesmo.
- John, eu...
Quando de repente me roubou um beijo...


continua...

As Luzes- Capítulo 8




" Aaron desaparecera completamente da minha vida, mas eu não poderia deixar um sentimento tão forte se esvaziar com o tempo..."

Já era 15h00min e eu estava cansada de ficar pensando no que tinha acontecido. Eu me deitei no sofá e a TV já estava ligada e eu comecei assistir a um programa de entrevistas. Não sabia o que fazer, não sabia pra onde correr. Meus amigos, Haley e John trabalhavam naquela hora e eu fiquei muito sozinha a tarde inteira.
Enquanto estava passando o programa de entrevistas e comecei a cochilar. Fui acordar e já eram 18h00min. Levantei-me, lavei o rosto, fui até meu quarto, troquei de roupa- Talvez John e Haley viessem me visitar- Fui até a cozinha e comi um pedaço de bolo de chocolate que eu tinha feito um dia atrás pra mim e para os meus amigos.  Estava comendo mal, não conseguia pensar direito. Ainda pensava muito em Aaron e tudo que tinha acontecido. Ele simplesmente desapareceu na minha frente. Foi algo totalmente surreal e ao mesmo tempo muito real. Aaron era real, e eu não queria estar tendo um sonho ou apenas alucinações. Eu queria Aaron de volta. Queria ter podido conhecê-lo melhor. Queria ter podido tocar em suas mão mais vezes. Queria Aaron ao meu lado. E eu já estava apaixonada por um homem que mais se parecia com um fantasma do que um ser do mundo real.

- Mel? Ô Melissa? – Ouvi vozes vindas da porta de entrada.
Era Haley e John. Estava mais calma e tranqüila na hora em que pude ver os dois.
- Que bom que são vocês, estava aguardando faz um bom tempo. – Falei aliviada.
- Estamos aqui por que você pediu ajuda a mim e ao John hoje, o que aconteceu?
- Amiga, não é nada de mais, só estava me sentindo muito sozinha esses dias todos, você sabe como eu sou né? Careta, chata, mal humorada, e por isso mantenho poucos amigos, e vocÊs são meus únicos amigos de verdade, precisava que você viessem aqui só pra me fazer companhia.

Eles entraram e se sentaram no chão como sempre fazíamos quando íamos assistir filme de terror.
- Mel, você resolveu seu problema com a pessoa que ia visitar hoje mais cedo? – John disse super atento a resposta que eu ia dar.
- Bom, eu resolvi sim. Está tudo bem agora. – Eu não queria dizer nada a eles, apesar de serem meus melhores amigos, Aaron era problema meu. Eu teria que procurar ele sozinha. Não queria ninguém se metendo nesses assuntos. Eles iam me chamar de louca, dizer que eu estava pirando. Que eu não estava bem e precisava de ajuda médica. Tinha certeza disso.
- Amiga, e enquanto ao Aaron? Você o viu de novo? Me falou que precisava de ajuda pra encontrá-lo...
- O vi hoje, e está tudo bem, sério. Conversamos e nos entendemos. Só precisava mesmo ver vocês dois. Da companhia dos meus melhore amigos. Obrigada por terem vindo aqui. – Falei e sorri como se tivesse tirado um peso enorme em minhas costas.   
 Assistimos à “A Nightmare on Elm Street” de 1984. Um filme bem clássico de terror. Desde pequenos fazíamos isso. Adorávamos ver filmes, ficar com medo, morrer de rir de coisas sem nexo nos filmes e depois não conseguir dormir. E riamos sempre quando um contava ao outro o sonho que teve com o bicho papão. Era uma época boa, e eu estava querendo resgatar aquilo tudo para deixar de pensar em Aaron, que por sinal já tinha tomado todos os meus sentidos. Tinha tomado toda a minha mente e se infiltrado no meu coração. Aaron seu idiota.
Terminamos de assistir e já era tarde. Precisávamos descansar porque logo de manhã tinha aula na faculdade. John me deu um beijo no rosto olhou fundo para meus olhos e disse:
- Você sabe que sempre pode contar comigo, se quiser, posso vê-la todos os dias em que se sentir sozinha. Você sabe, é só me ligar, eu estarei sempre com você.
- Obrigada John, eu sei bem disso. – Sorri.
- Tchau amiga, até amanhã na faculdade então, boa noite! Amo você. – E me deu um beijo na testa.  

Fechei a porta e fui pro meu quarto tentar descansar dessa vez. Mas antes de fechar os meus olhos a imagem de Aaron me lembrou outra vez o que tinha me dito. Eu não pertenço ao seu mundo. Eu fiz tudo errado. Eu tentava descobrir o que Aaron tinha feito de tão grave. E afinal, que mundo ele pertence? Era anormal de mais pra mim. Era surreal de mais pra eu acreditar. Mas eu não podia me deixar esquecer assim. Eu tinha, mas não queria. Aaron conseguiu ser a única pessoa que marcou minha vida apenas em uma noite, apenas com um olhar, apenas com um “olá, pensei que não iria acordar nunca”. Era feito pra mim e eu não podia deixar escapar assim. Talvez Aaron fosse o que eu estava esperado durante muito tempo. Aaron era meu. E eu não queria que ele fosse de mais ninguém...
- Eu tenho que arrumar um jeito de ver Aaron outra vez... - E dormi.


continua...

As Luzes- Capítulo 7




" Nada mais forte me prendeu a atenção desde o dia em que conhecera Aaron..."

Eu não podia acreditar. Eu não queria acreditar. O homem que estava saindo do elevador não era o meu Aaron. Não era o meu protetor. Tinha cabelos grisalhos e era bem mais velho.
- Oi, posso ajudar você em alguma coisa? – Disse com voz rouca.
- Me desculpe, qual é o seu nome? – Falei com os olhos cheios de lágrimas.
- Me chamo Martin Miller, mas, se acalme eu posso te ajudar? – Falou com um tom de preocupação.
- Por favor, me diz que eu não estou enganada, me diz que Aaron mora com você... – Já estava em prantos.
- Me desculpe, não conheço nenhum Aaron, moro com minha esposa e meu filho pequeno. –

Eu sai daquele prédio relutando, confusa, desesperada. Eu não poderia ter sonhado tudo aquilo. Haley também conhecera Aaron. Não foi um sonho, não poderia ter sido. Não sabia mais o que fazer, estava assustada.
Corri de volta para meu apartamento, abri a porta e algo muito estranho tinha acontecido ali. Por um momento pensei ter sentido a presença de Aaron bem ao meu lado. Assustada, corri para meu quarto e liguei para John.
- Alô, Mel é você?
- John, tem como vir aqui agora? Não quero ficar sozinha. Eu preciso de alguém aqui comigo... Agora. – Disse com soluços.
- Mel, estou trabalhando agora. – John começara a trabalhar á 1 hora da tarde e só saia bem de tardezinha.
- Me desculpe, eu deveria saber. Depois que sair daí vê se passa aqui, preciso te contar uma coisa. Preciso da sua ajuda.
- Tudo bem Mel, eu te ajudo para o que for. Beijo. – E desligou.

Joguei o meu celular no chão com um barulho que eu pensei ter escutado vindo da cozinha. Tirei meus tênis, e fui devagar até a sala. Olhei para todos os lados. Não havia ninguém. Ainda bem – pensei. Fui até a cozinha, enchi um copo gigante com água, me sentei e comecei a beber. Ainda estava assustada e não entendendo o que tinha acontecido. Quando de repente me apareceu uma sombra. Desesperada eu gritei.
- Tem alguém aí? Haley é você? Se for para com isso, por favor...
Dei alguns passos em direção a sala e perguntei outra vez.
- Pegue o que quiser, mas, por favor, apareça...
Passaram-se alguns segundos e eu continuei ali em pé olhando para todos os lados. Quando me cansei, liguei a TV e me sentei pra tentar relaxar um pouco. Continuei bebendo meu copo de água e olhando para os lados. Eu tinha quase certeza que havia alguém ali.
- Melissa... – disse uma voz bem baixinha.
Virei assustada para trás deixando meu copo cair sobre o sofá.
- Aaron é você? Apareça se for, pare de fazer isso comigo... Estou assustada... – Eu sorri meio discreta pensando realmente que fosse Aaron que estava ali, bem perto de mim.
- Melissa...
- Aaron?
Eu só conseguia escutar sua voz, mas não conseguia vê-lo. Fui até meu quarto e me sentei na cama com as pernas cruzadas e chamei por ele.
- Se você realmente quer me proteger deixe-me ver você. – Falei com voz firme.
Aaron aparecera de repente perto da porta do meu quarto.
- Olá Melissa. – Ele sorriu.
- Como... Como você... Meu Deus... O que é você? – Estava apavorada.
Cheguei mais perto de Aaron e ele com as mãos fez gesto que eu tinha que me afastar.
- Você vai ter que me explicar tudo muito bem. O que está acontecendo? Fui ao seu apartamento e você não mora lá. O recepcionista nem se quer me reconheceu. Você é um impostor, é um ilusionista, um sabe lá o que? Isso tudo é uma “pegadinha” por acaso? Explique-me Aaron, não consigo fazer mais nada porque só penso em você todas as horas do dia.
- Você não precisa entender nada. Eu fiz tudo errado. Eu espero que fique calma agora. Tenho algo a lhe dizer... – Disse se aproximando de mim.
- Diga pelo amor de Deus, diga.
- Hoje é o último dia em que vai me ver. Depois de hoje nunca mais vai se quer ouvir falar de mim. Até por que, eu existo só pra você...
- Não Aaron, não vá, por favor, tenho muitas perguntas ainda. Fique pelo menos até o fim da tarde. – Estava completamente assustada. Como Aaron só existia pra mim? Não fazia sentido algum.
- Eu não posso ficar eu não pertenço ao seu mundo. Mas fique tranqüila, vou continuar te protegendo onde eu estiver...
- Aaron, não faça isso – Abaixei a cabeça chorando...
Quando voltei a olhar para ele, ele havia desaparecido. Corri até a sala e não havia ninguém, a cozinha, os banheiros, a sacada, o outro quarto... Nada.
- Aaron? Aaron? Você não pode simplesmente mudar minha vida e desaparecer assim! Aaron?


O que realmente ele era... Eu não sabia... Mas com certeza não era fruto da minha imaginação. Aaron era real de mais pra ser meu amiguinho imaginário que cresceu...



continua...

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

As Luzes - Capítulo 6




" Uma vez eu sonhei com um homem por qual eu estava apaixonada. Eu acordei e descobri que ele não existia... " 

O dia tumultuado então tinha se passado. Na manhã seguinte levantei bem cansada e preparei um café forte. Eu continuava pensando nele. Será que vou até sua casa? Mas ele me parecia tão chateado com a minha presença ontem... Não tinha certeza se realmente ia. Eu tinha guardado o caminho perfeitamente na memória. Eu sabia chegar até lá, mas não sabia o que dizer para Aaron. Será que conto que quero saber dessa história de me conhecer faz tempo? Mas e se ele estiver muito ocupado? Aaron era tipo um empresário, então não sabia como nem quando eu poderia ir para ter uma conversa séria e ele me explicar tudo.
Eu me sentei na frente do computador e comecei a fazer meu trabalho de jornalismo. Tinha que relatar sobre o que tinha visto toda semana em 10 páginas de um caderno comum. Então comecei a fazer. Foliei vários jornais, revistas, e vi um pouco de TV. Mas eu não conseguia manter minha atenção em outras coisas senão a Aaron e tudo que acontecera a um dia atrás. Precisava me acalmar, eu precisava mais de chá, café, bolachas, chocolates, livros, mas na verdade eu precisava mesmo era de ver Aaron outra vez.

Encorajei-me e decidi visitá-lo. Não custava nada tentar pelo menos. Se ele não estivesse lá, eu tentaria outra hora, outro dia, mas eu tinha que tentar. Então tomei um banho rápido, vesti minha melhor calça, meu tênis, uma camisa básica branca, e minha jaqueta jeans clara. - o tempo começara a esfriar de uma hora pra outra, totalmente instável- Peguei minha bolsa e coloquei meu celular e chaves. Fui correndo para o elevador, estava ansiosa antes mesmo de saber se ele estaria ou não lá.

Encontrei com John, amigo da faculdade, estava na porta de entrada.
- Mel! Aonde você vai às pressas assim? – Surpreso por me ver correndo na porta de entrada.  
- Jow – Apelido que deram pra ele na infância- Preciso muito sair daqui, preciso encontrar uma pessoa urgente agora! – Falei bem rápido.
- Eu estava indo pro seu apartamento Mel, mas tudo bem, se é tão urgente outro dia eu passo aqui! – Falou meio cabisbaixo.
Eu não queria magoar John, ele era um dos meus melhores amigos. Quando o conheci eu ainda era bem pequena e estávamos ainda no jardim de infância. Sempre me acompanhou e me apoiou em tudo o que queria fazer.
- Poxa John, eu precisava mesmo ir até lá, mas se for alguma coisa importante eu deixo de ir, podemos conversar! – Falei quase desistindo de ir até ao apartamento de Aaron.
- Imagina, não é nada muito sério. Eu só queria ver como anda seu trabalho, suas pesquisas tão reveladoras- Riu - Nada de mais, podemos conversar outra hora. – Disse já me virando as costas.
- Tchau John
- Tchau... Melissa
Havia muito tempo que John não me chamara pelo nome inteiro. Eu estava sentindo algo bem perturbador no olhar dele. O que eu tinha feito? Será que ele descobriu alguma coisa?  John nunca fora meu namorado, na verdade eu nunca tinha tido um namorado antes, mas ele era super protetor, ia comigo em todos os lugares e meus pais sempre quiseram que John fosse meu namorado. Mas eu nunca senti nada mais que um simples carinho por ele. Nunca senti por ele a atração que eu estava tendo com Aaron. Eu mesmo me surpreendi. Será que é isso que chamam quando a pessoa se apaixona na primeira vista? Era amor o que eu senti por Aaron? Mas eu mal sabia quem ele era... Impossível! É só curiosidade mesmo- Pensava.
John mal se despediu de mim. Foi calmo até o seu carro, entrou e não olhou mais para os lados. Quando finalmente não avistei mais John, continuei correndo pelas calçadas até o prédio onde Aaron morava.

O prédio de Aaron ficava poucas quadras dali, então preferi não pegar o carro. Caminhar é sempre bom. No meu caso, correndo.
Cheguei perto do prédio e parei para respirar um pouco. Tomando bastante fôlego agora eu já estava quase explodindo por dentro. Entrei devagar como quem não queria nada, mas na verdade eu estava querendo quase tudo.
- Olá, eu queria saber se Aaron está no apartamento dele. – Disse bem calma.
- Aaron? Pode me dizer qual é o apartamento senhorita? – Disse o recepcionista com a expressão meio confusa.
- Na verdade não sei, ele é o morador do último andar, cobertura.
- Vou dá uma checada para você. – Disse olhando para seu computador velho que estava ao seu lado. – Bom, senhorita, o dono do apartamento da cobertura não se chama Aaron, mas ele está, quer que eu ligue e falo que está aqui embaixo?
- Espere, ele não se chama Aaron? Como assim? Eu estive aqui ontem com ele, tenho certeza. O apartamento é dele.
- Você deve estar enganada. Na verdade não há nenhum homem chamado Aaron nesse prédio, vai querer que eu ligue? – Disse me olhando e me achando maluca. Eu realmente estava ficando com aquilo tudo.
- Ligue para esse homem, fala que Melissa Campbell está esperando ele aqui embaixo para uma conversa sobre negócios. – Inventei, eu tinha que inventar alguma coisa naquela hora.
- Pode deixar, vou ligar agora mesmo. – Falou o homem que parecia não acreditar.
Enquanto isso eu me sentei num sofá enorme que tinha na recepção. Abaixei a cabeça e comecei a ficar confusa com aquilo tudo. Será que eu tinha errado o prédio? Mas eu me lembrava muito bem de todos os detalhes, minha memória fotográfica era ótima, eu tinha certeza, mas teria de esperar aquele homem descer pra eu ter certeza absoluta que o recepcionista estava errado e que Aaron realmente morava lá. Eu estava ansiosamente esperando ele descer, quando finalmente ele desceu...
Será possível?      
  

continua...

As Luzes- Capítulo 5




" You have stolen my heart"

Haley era curiosa e logo começou a me perguntar e ficar preocupada. Achara que Aaron tinha me machucado ou coisa parecida. Como havia dito, Haley era meio maluquinha.
- Me conte, ele te machucou? O que aconteceu? Você está realmente bem?- Disse apavorada.
- Não amiga, Aaron foi bom e cuidou de mim, quero que me ajude a conhecer melhor esse homem – Falei com toda seriedade do mundo.
Haley sorriu e já teria pensado besteira naquele instante em que falei.
- Nossa amiga, que máximo isso, você se interessou por um cara!- Deu risadas
- Não! Não é isso. Não quero “conhecer” dessa maneira de que está pensando. Aaron é um cara curiosamente misterioso, e disse a mim que me conhecia faz tempo, mas não dissera de onde. Agora eu estou curiosa e meio preocupada sabe... Não me Lembro dele... - Abaixei a cabeça e comecei a explicar a Haley que Aaron tinha um livro que eu escrevi há algum tempo, mas disse que me conhecia bem antes de eu começar a faculdade ou morar onde estou agora, expliquei também que Aaron parecia meio bipolar, que em algumas horas estava de bom humor e de repente parecia tão sério quanto um professor de história mais velho.
- Nossa amiga, será que ele foi seu amiguinho de infância? Ou deve ter estudado contigo no colegial, ou coisa assim. – E riu outra vez, parecia descrente de tudo.
- Olha Haley, não quero ser chata, mas isso me está incomodando de mais. Não sei o que fazer, eu só preciso encontrar Aaron de novo, e preciso mesmo que me ajude com isso. – Implorava.
- Eu te ajudo, mas não entendo pra que você quer encontrar esse cara outra vez se nem se quer se interessou realmente por ele e se ele foi tão rude com você em alguns momentos...
- Eu não sei, quer dizer, eu sei que poderia deixar tudo isso pra trás, mas algo realmente me prendeu a Aaron, não sei te explicar, só preciso vê-lo outra vez.
Haley parecia ter entendido. Senti em seu olhar. Ela tinha entendido, com certeza, mas eu ainda não entendia a minha insistência por Aaron.
- Preciso tomar um banho e me recompor totalmente, ainda me sinto estranha. Me leva pra casa?
- Claro amiga, vamos! – Haley disse pegando suas chaves na mesinha de centro de sua sala.

Enquanto íamos para minha casa Haley ligou o rádio e começou a tocar Stolen de uma banda chamava Dashboard Confensional. E enquanto tocava a música a imagem do rosto de Aaron passava na minha casa. Desde quando acordei até quando ele me levara embora para casa de Haley. Tudo, exatamente tudo. Mesmo que fora por alguns minutos eu me lembrava de tudo que tinha passado na casa de Aaron. Sua voz parecia não querer sair da minha cabeça. E a todo o momento minha ansiedade e vontade de ir até o apartamento dele só aumentavam. O que estava acontecendo comigo? Nunca um homem me fez pensar tanto nele me fazendo esquecer-se de mim.
Quando chegamos Haley me deixou até na portaria, me deu o último abraço e falou que eu poderia contar com ela pra tudo, até pra essa história louca de conseguir saber quem Aaron realmente era. Eu agradeci e logo subi pro elevador. Meu andar era o penúltimo apesar de odiar lugares altos.

Chegando em na meu apartamento eu quase desmontei. Deixei minha bolsa jogada no chão, liguei a TV e cai de cara no sofá. Fiquei ali por uns 10 minutos com os olhos fechados. Quando levantei tirei minha roupa que estava muito suja e meio molhada. Fui de toalha até perto da janela e em frações de segundos parecia ter visto Aaron me olhando lá de baixo. Eu sei que o apartamento era bem alto, mas realmente parecia Aaron. Mesmo de toalha cheguei mais perto da sacada e vi. Era Aaron e olhava para o alto. Acenei e ele não se moveu. Comecei a gritar e de repente um pássaro entrou em minha frente, assustada me esquivei e quando voltei a olhar para baixo Aaron tinha desaparecido. Foi completamente louco aquilo tudo. Eu jurava ter visto ele me olhando lá de baixo. Eu deveria estar ficando louca.  Eu deveria estar sonhando. Eu deveria ter dormido demais.
Sai de perto da janela e fui para o banheiro. Enquanto tomava banho coloquei meu celular pra ficar tocando músicas em uma rádio que eu costumava a ouvir. Quando liguei e conectei a rádio começou a tocar a mesma música que tinha escutado no carro de Haley. Stolen, stolen my heart, Dashboard Confensional.
- Tem algo muito estranho acontecendo aqui. – Pensei alto. – Você vai ter que me explicar essa história Aaron, essa história de ficar me vigiando... 


continua...