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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

As Luzes- Capítulo 4




“  Aaron, Angel... Angel, Aaron... Sua protegida.”

Difícil esse Aaron, eu pensava comigo. Parei de falar com ele naquele exato momento. Ele mal me olhava e nem se quer tentava conversar comigo. Ele deve ter namorada, ou filha, ou uma esposa, seja lá o que for. Talvez Aaron seja gay, pensei. Mas não, impossível, sua casa tão linda, mas tão bagunçada. Apesar de que sempre achei esse negócio de fotografia para homens mais sensíveis. Aaron não estava sendo nada sensível comigo.
- É logo ali, pode parar aqui, eu vou a pé. Muito obrigada. – E já virei quase totalmente de costas para ele, que continuava sério...
- Eu a levo até lá – Aaron insistia.
- Não! Obrigada- Falei um pouco estressada.

Aaron parou subitamente e eu desci as pressas. Mal olhei para seu rosto que com certeza estava muito mal naquela hora. Bati a porta com força e andei devagar até a calçada do outro lado da rua. Aaron me olhava como se quisesse descobrir para onde eu estava indo.
Subi na calçada devagar, parei por um instante e olhei para trás, Aaron continuava lá, lindo. E por que ele não vai embora logo? Ele mal olhava pra mim. Ficou lá, parado... Misterioso. Só depois fui perceber que tinha um sinal bem em sua frente. Aaron não parara ali para me esperar, na verdade esperara o sinal abrir pra ele seguir em frente. E quando o sinal finalmente abriu Aaron me olhou pela última vez... Eu pude ver seus olhos brilhantes, os mesmos olhos que olhara pra mim quando eu tinha acabo de acordar em seu apartamento, não aqueles olhos frios de quem guardara um segredo enorme e que não podia revelá-lo.
Quando Aaron foi embora e continuei caminhando até certo ponto. Um cara me parou e me pediu uma moeda. Eu não tinha nada naquela hora, mas queria ajudar, revirei minha bolsa, mas não havia absolutamente nada.

- Me desculpe Senhor, eu queria mesmo ajudá-lo mas não tenho nada aqui agora. – Disse envergonhada.
- Protegida- Ele disse.
- O que? O que disse? – Perguntei curiosa.
Eu já tinha ouvido aquela palavra naquele dia. Outra vez? O que será isso? Protegida... Protegida... Protegida... Não entendo.

Continuei caminhando até chegar ao prédio de Haley. Haley era a minha única e melhor amiga. Conhecemos-nos quando seus pais foram morar perto da minha casa na cidadezinha do interior. Crescemos juntas, praticamente. Ela sempre fora do tipo de criança espertinha, brincalhona, minha melhor amiga com certeza. Mas diferente de mim Haley era extremamente moderna.

Subi a escadaria, o apartamento era um dos primeiros.
- Haley? – Bati na porta três vezes como de costume.
Torci para que estivesse lá e que seus pais não estivessem, precisava contar muitas coisas pra ela. Precisava desabafar pela primeira vez em toda minha vida.
Haley abriu a porta e quando me viu foi logo me abraçando sem que eu pudesse me mover.
- Amiga, amiga, amiga, me perdoe, eu sei que foi loucura, mas ele parecia ser um cara legal. – falou desesperadamente.
Entrei e logo sentei no sofá. Estava totalmente tonta e muito estressada.
- Como pode me deixar com um desconhecido? Você ao menos sabe quem ele é?- Comecei a perguntar super chateada com Haley.
- Eu posso te explicar ok? Só não me ameace de morte, eu estava mega preocupada com você Mel. – Falou meio cabisbaixa, mas continuou – Você já deve saber o que aconteceu ou pelo menos deve ter se lembrado. Bom, eu realmente não queria lhe deixar sozinha. Foi quando eu vi esse homem, se me lembro bem o nome era Angel ou coisa assim?
- Aaron... – A corrigi.
- Pois bem, Aaron, parecia confiável e maduro, e eu já tinha visto esse homem em algum lugar perto de sua casa. Quando voltei pra dentro da festa você estava no colo dele, e foi então que implorei pra ele cuidar de você. E foi quando também ele disse que morava perto e que não tinha nenhum problema. Disse várias coisas antes pra ele, não podia deixar você sozinha.
- Amiga, eu entendo e mesmo assim acho um erro o que fez. Eu poderia ter ficado em casa sim. Eu acordei e já estava bem. – Disse olhando profundo para os olhos escuros e pequenos de Haley.
- Você não entende mesmo. O que puseram em seu copo era perigoso, se você passasse mal Aaron estaria lá para te socorrer. Cuidaria de você a noite toda como me prometera.
Eu comecei a entender Haley. Era louco, mas era para meu próprio bem. Apesar de todas as conseqüências que eu poderia ter sofrido era para meu bem. Então cheguei mais perto dela e lhe dei um abraço apertado.
- Obrigada amiga, mesmo... – Disse chorando
- Imagina minha Mel, faria tudo pra salvar a sua vida- Ela também despencou a chorar. – Mas me conte sobre esse homem, como foi tudo lá? Ele realmente cuidou de você?
Um pouco sem jeito e me distanciando dela eu disse:
- Você precisa me ajudar...

continua... 

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