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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

As Luzes- Capítulo 8




" Aaron desaparecera completamente da minha vida, mas eu não poderia deixar um sentimento tão forte se esvaziar com o tempo..."

Já era 15h00min e eu estava cansada de ficar pensando no que tinha acontecido. Eu me deitei no sofá e a TV já estava ligada e eu comecei assistir a um programa de entrevistas. Não sabia o que fazer, não sabia pra onde correr. Meus amigos, Haley e John trabalhavam naquela hora e eu fiquei muito sozinha a tarde inteira.
Enquanto estava passando o programa de entrevistas e comecei a cochilar. Fui acordar e já eram 18h00min. Levantei-me, lavei o rosto, fui até meu quarto, troquei de roupa- Talvez John e Haley viessem me visitar- Fui até a cozinha e comi um pedaço de bolo de chocolate que eu tinha feito um dia atrás pra mim e para os meus amigos.  Estava comendo mal, não conseguia pensar direito. Ainda pensava muito em Aaron e tudo que tinha acontecido. Ele simplesmente desapareceu na minha frente. Foi algo totalmente surreal e ao mesmo tempo muito real. Aaron era real, e eu não queria estar tendo um sonho ou apenas alucinações. Eu queria Aaron de volta. Queria ter podido conhecê-lo melhor. Queria ter podido tocar em suas mão mais vezes. Queria Aaron ao meu lado. E eu já estava apaixonada por um homem que mais se parecia com um fantasma do que um ser do mundo real.

- Mel? Ô Melissa? – Ouvi vozes vindas da porta de entrada.
Era Haley e John. Estava mais calma e tranqüila na hora em que pude ver os dois.
- Que bom que são vocês, estava aguardando faz um bom tempo. – Falei aliviada.
- Estamos aqui por que você pediu ajuda a mim e ao John hoje, o que aconteceu?
- Amiga, não é nada de mais, só estava me sentindo muito sozinha esses dias todos, você sabe como eu sou né? Careta, chata, mal humorada, e por isso mantenho poucos amigos, e vocÊs são meus únicos amigos de verdade, precisava que você viessem aqui só pra me fazer companhia.

Eles entraram e se sentaram no chão como sempre fazíamos quando íamos assistir filme de terror.
- Mel, você resolveu seu problema com a pessoa que ia visitar hoje mais cedo? – John disse super atento a resposta que eu ia dar.
- Bom, eu resolvi sim. Está tudo bem agora. – Eu não queria dizer nada a eles, apesar de serem meus melhores amigos, Aaron era problema meu. Eu teria que procurar ele sozinha. Não queria ninguém se metendo nesses assuntos. Eles iam me chamar de louca, dizer que eu estava pirando. Que eu não estava bem e precisava de ajuda médica. Tinha certeza disso.
- Amiga, e enquanto ao Aaron? Você o viu de novo? Me falou que precisava de ajuda pra encontrá-lo...
- O vi hoje, e está tudo bem, sério. Conversamos e nos entendemos. Só precisava mesmo ver vocês dois. Da companhia dos meus melhore amigos. Obrigada por terem vindo aqui. – Falei e sorri como se tivesse tirado um peso enorme em minhas costas.   
 Assistimos à “A Nightmare on Elm Street” de 1984. Um filme bem clássico de terror. Desde pequenos fazíamos isso. Adorávamos ver filmes, ficar com medo, morrer de rir de coisas sem nexo nos filmes e depois não conseguir dormir. E riamos sempre quando um contava ao outro o sonho que teve com o bicho papão. Era uma época boa, e eu estava querendo resgatar aquilo tudo para deixar de pensar em Aaron, que por sinal já tinha tomado todos os meus sentidos. Tinha tomado toda a minha mente e se infiltrado no meu coração. Aaron seu idiota.
Terminamos de assistir e já era tarde. Precisávamos descansar porque logo de manhã tinha aula na faculdade. John me deu um beijo no rosto olhou fundo para meus olhos e disse:
- Você sabe que sempre pode contar comigo, se quiser, posso vê-la todos os dias em que se sentir sozinha. Você sabe, é só me ligar, eu estarei sempre com você.
- Obrigada John, eu sei bem disso. – Sorri.
- Tchau amiga, até amanhã na faculdade então, boa noite! Amo você. – E me deu um beijo na testa.  

Fechei a porta e fui pro meu quarto tentar descansar dessa vez. Mas antes de fechar os meus olhos a imagem de Aaron me lembrou outra vez o que tinha me dito. Eu não pertenço ao seu mundo. Eu fiz tudo errado. Eu tentava descobrir o que Aaron tinha feito de tão grave. E afinal, que mundo ele pertence? Era anormal de mais pra mim. Era surreal de mais pra eu acreditar. Mas eu não podia me deixar esquecer assim. Eu tinha, mas não queria. Aaron conseguiu ser a única pessoa que marcou minha vida apenas em uma noite, apenas com um olhar, apenas com um “olá, pensei que não iria acordar nunca”. Era feito pra mim e eu não podia deixar escapar assim. Talvez Aaron fosse o que eu estava esperado durante muito tempo. Aaron era meu. E eu não queria que ele fosse de mais ninguém...
- Eu tenho que arrumar um jeito de ver Aaron outra vez... - E dormi.


continua...

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