" Aaron desaparecera completamente da minha vida, mas eu não poderia deixar um sentimento tão forte se esvaziar com o tempo..."
Já era 15h00min e eu estava cansada de ficar pensando no que
tinha acontecido. Eu me deitei no sofá e a TV já estava ligada e eu comecei
assistir a um programa de entrevistas. Não sabia o que fazer, não sabia pra
onde correr. Meus amigos, Haley e John trabalhavam naquela hora e eu fiquei
muito sozinha a tarde inteira.
Enquanto estava passando o programa de entrevistas e comecei
a cochilar. Fui acordar e já eram 18h00min. Levantei-me, lavei o rosto, fui até
meu quarto, troquei de roupa- Talvez John e Haley viessem me visitar- Fui até a
cozinha e comi um pedaço de bolo de chocolate que eu tinha feito um dia atrás pra
mim e para os meus amigos. Estava
comendo mal, não conseguia pensar direito. Ainda pensava muito em Aaron e tudo
que tinha acontecido. Ele simplesmente desapareceu na minha frente. Foi algo
totalmente surreal e ao mesmo tempo muito real. Aaron era real, e eu não queria
estar tendo um sonho ou apenas alucinações. Eu queria Aaron de volta. Queria
ter podido conhecê-lo melhor. Queria ter podido tocar em suas mão mais vezes. Queria
Aaron ao meu lado. E eu já estava apaixonada por um homem que mais se parecia
com um fantasma do que um ser do mundo real.
- Mel? Ô Melissa? – Ouvi vozes vindas da porta de entrada.
Era Haley e John. Estava mais calma e tranqüila na hora em
que pude ver os dois.
- Que bom que são vocês, estava aguardando faz um bom tempo.
– Falei aliviada.
- Estamos aqui por que você pediu ajuda a mim e ao John
hoje, o que aconteceu?
- Amiga, não é nada de mais, só estava me sentindo muito
sozinha esses dias todos, você sabe como eu sou né? Careta, chata, mal
humorada, e por isso mantenho poucos amigos, e vocÊs são meus únicos amigos de
verdade, precisava que você viessem aqui só pra me fazer companhia.
Eles entraram e se sentaram no chão como sempre fazíamos quando
íamos assistir filme de terror.
- Mel, você resolveu seu problema com a pessoa que ia
visitar hoje mais cedo? – John disse super atento a resposta que eu ia dar.
- Bom, eu resolvi sim. Está tudo bem agora. – Eu não queria
dizer nada a eles, apesar de serem meus melhores amigos, Aaron era problema
meu. Eu teria que procurar ele sozinha. Não queria ninguém se metendo nesses
assuntos. Eles iam me chamar de louca, dizer que eu estava pirando. Que eu não
estava bem e precisava de ajuda médica. Tinha certeza disso.
- Amiga, e enquanto ao Aaron? Você o viu de novo? Me falou
que precisava de ajuda pra encontrá-lo...
- O vi hoje, e está tudo bem, sério. Conversamos e nos
entendemos. Só precisava mesmo ver vocês dois. Da companhia dos meus melhore
amigos. Obrigada por terem vindo aqui. – Falei e sorri como se tivesse tirado
um peso enorme em minhas costas.
Assistimos à “A Nightmare on
Elm Street” de 1984. Um filme bem clássico de terror. Desde
pequenos fazíamos isso. Adorávamos ver filmes, ficar com medo, morrer de rir de
coisas sem nexo nos filmes e depois não conseguir dormir. E riamos sempre
quando um contava ao outro o sonho que teve com o bicho papão. Era uma época boa,
e eu estava querendo resgatar aquilo tudo para deixar de pensar em Aaron, que
por sinal já tinha tomado todos os meus sentidos. Tinha tomado toda a minha
mente e se infiltrado no meu coração. Aaron
seu idiota.
Terminamos de assistir e já era tarde. Precisávamos
descansar porque logo de manhã tinha aula na faculdade. John me deu um beijo no
rosto olhou fundo para meus olhos e disse:
- Você sabe que sempre pode contar comigo, se quiser, posso
vê-la todos os dias em que se sentir sozinha. Você sabe, é só me ligar, eu
estarei sempre com você.
- Obrigada John, eu sei bem disso. – Sorri.
- Tchau amiga, até amanhã na faculdade então, boa noite! Amo
você. – E me deu um beijo na testa.
Fechei a porta e fui pro meu quarto tentar descansar dessa
vez. Mas antes de fechar os meus olhos a imagem de Aaron me lembrou outra vez o
que tinha me dito. Eu não pertenço ao seu
mundo. Eu fiz tudo errado. Eu tentava descobrir o que Aaron tinha feito de
tão grave. E afinal, que mundo ele pertence? Era anormal de mais pra mim. Era
surreal de mais pra eu acreditar. Mas eu não podia me deixar esquecer assim. Eu
tinha, mas não queria. Aaron conseguiu ser a única pessoa que marcou minha vida
apenas em uma noite, apenas com um olhar, apenas com um “olá, pensei que não
iria acordar nunca”. Era feito pra mim e eu não podia deixar escapar assim. Talvez
Aaron fosse o que eu estava esperado durante muito tempo. Aaron era meu. E eu
não queria que ele fosse de mais ninguém...
- Eu tenho que arrumar um jeito de ver Aaron
outra vez... - E dormi.continua...
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