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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

As luzes- Capítulo 9



" Não me deixe nunca, mas se caso for mesmo, me leve junto com você..." 

No dia seguinte fui pra faculdade. Dia normal. E normalmente eu levantava, tomava um banho rápido, café, bolachas recheadas, água, pegava minhas coisas e ia direto pra faculdade. Lá encontrava meus amigos, estudava feito uma escrava, por que era uma nerd sem fim. Ainda mais com tudo o que estava acontecendo comigo. Queria relaxar um pouco mais e tentar esquecer Aaron um pouco. Isso já estava me atrapalhando muito.

- Mel, que bom te ver, você está linda hoje, quer dizer mais linda ainda- John veio até mim. 
John era do tipo de melhor amigo protetor. Quase achava que podia mandar em mim por me conhecer há um bom tempo. Totalmente diferente de Aaron, John era loiro, magro e tinha os olhos mais azuis que o próprio céu no verão.
- Olá John, estou meio cansada hoje, mas que bom que estou bonita então. – Eu ri algumas vezes pra ele.
- Claro que está. Então, você vai querer fazer alguma coisa esse final de semana. Que tal sair com os amigos, o que acha?
- Bom, eu não estava pensando em nada, eu to tentando escrever um livro de romance e pensei em terminá-lo esse fim de semana ou pelo menos deixar minhas idéias lá no site da faculdade.
- Vamos Mel, você precisa sair mais com a gente. Você não veio aqui só pra estudar, tem que aproveitar essa cidade linda e grande que é Nova York e conhecer lugares novos. Podemos até viajar aqui por perto, o que acha?- Disse empolgado.
- John, não quero ser chata, mas viajar não vai dar, posso até sair no sábado com vocês, mas não vou querer beber ou fazer coisas que vocês estão acostumados a fazer. Você sabe...
- Então eu te pego no sábado? Ou você vai querer ir com teu carro?
- Eu vou com meu carro. – Disse não muito animada.

Sai da faculdade e fui direto pro meu apartamento. Deixei minhas coisas de lado e minha bolsa em cima da mesa de centro da sala. Liguei o som e coloquei no volume máximo. Apesar de morar em apartamento, ele era bem grande e meu volume nem era tão alto como muitos outros.
When the childrem cry, White Lion. A música mais linda que eu sempre escutei, desde criança. Apaixonada por White Lion. Eu sempre mantive pôsteres grudados na parede e cantava feito uma maluca na frente do espelho do banheiro da nossa pequena casa numa vila. Volume 100 e eu com meu “caderno diário” pela primeira vez falando sobre Aaron.

“Aaron, amor inconfundível esse que eu sinto.”

Eu já estava louca. Eu me sentia sozinha, claro, sempre. Mas chamar meus amigos pra irme na minha casa não ia adiantar muita coisa. Eu só precisava apenas de uma pessoa... Uma pessoa que talvez não existisse. Uma pessoa que talvez só existisse nos meus sonhos.
E quando terminei de escutar a música eu lembrei que tinha que terminar meus trabalhos da faculdade e minha história de romance que estava inacabada. Liguei meu computador e comecei fazendo pesquisas pro trabalho. Quando acabei, abri o Word e comecei a escrever a minha história. Não sei se daria um livro, não sei se faria um livro outra vez. Sempre deu muito trabalho publicar um livro bom. Então eu escrevia por prazer.

Passaram-se terça, quarta, quinta... Até chegar ao sábado.
John parecia ansioso a semana inteira pra gente sair pela cidade conhecendo bares e baladas que ainda não tínhamos visitado.
O telefone tocou as 14h30min.
- Alô?
- Mel sou eu, John. Desculpe te ligar tão cedo, você deve estar descansando. É que queria te avisar que Haley viajou, não vai dar pra ela sair com agente hoje. Tudo bem pra você? Podemos ir mesmo assim?
Haley não tinha me dito que iria viajar. Pra mim o combinado éramos nós três. Mas pouco importava, eu precisava mesmo esfriar a cabeça e ir curtir um pouco.
- Tudo bem John, podemos ir sim. Às oito você pode vir me pegar então?
- Mas é claro, com todo prazer.
- Beijo. – E desliguei.
Parecia ser estranho aquilo tudo. Eu nunca tinha saído com John sozinha. Mas parecia estar tudo bem. Éramos amigos. Apenas amigos.

Às 16h48min eu estava com preguiça e deitei no sofá pra dormir. Sempre quando me deitava a tarde eu conseguia cochilar pelo menos umas 3 horas. Era bom, por que a noite eu estaria mais disposta. Eu nunca tinha sonhado nos meus cochilos que dava á tarde, mas dessa vez eu sonhei...
- Melissa...
- Aaron é você?
- Claro que sou eu, e estou aqui pra te levar comigo
- Aaron onde você está? Está muito escuro, não consigo te ver.
- Siga seu coração... Ele lhe mostrara o caminho... Venha
- Aaron me dê à mão.
Aaron quando relou suas mãos nas minhas eu pude sentir pra valer. Eram frias e ásperas. Estava começando a ficar assustada outra vez. E de repente uma luz surgira do nada, meus olhos embaçaram e cai em um buraco muito fundo. Com um pulo daqueles que damos quando assustamos a noite eu acordei...

- Aaron?... Eu devo realmente estar ficando cada vez mais louca- Aaron você precisa me deixar em paz se realmente nunca mais vou te ver. Mas por favor, me dê algum sinal se irá voltar... Por favor... – Eu falei bem alto, e se alguém conseguiu me ouvir devia estar naquele momento me achando maluca.
A minha bolsa que estava na mesa de centro de repente caiu. É um sinal, não é Aaron? Você vai voltar pra mim...
Parecia que meu sonho tinha durado tão pouco e quando olhei no relógio já eram 19h20min. Não queria sair com John. Eu tinha sonhado com Aaron e queria dormir mais só pra tentar sonhar mais um pouco. Mas John me ligou.
- Oi John...
- Olá minha Mel... Só liguei pra te acordar. Eu sei que você costuma dormir à tarde então só pra não perder o costume de te incomodar- E riu
- Você sempre sabe que horas eu durmo. Impressionante. Acabei de acordar e já vou me arrumar. – E olhando para o espelho na minha frente eu ri.
- Então tá bom, até às oito!
- Até lá!

Às 19h25min fui para o banheiro e tomei um banho. Às 19h55min eu já estava pronta. Enquanto esperava John perto da entrada do prédio eu comecei a folhear algumas revistas.
- Hello, my Darling. – Brincou.
Eu sorri e entrei no carro.
- Pra onde vamos? – Perguntei
- Pra um lugar que você precisa conhecer!
Durante o percurso conversamos sobre várias coisas e relembramos um pouco do passado também.
- E você se lembra de quando pulamos de uma arvore gigante e você acabou ralando todo o joelho? – Ele riu e me fez rir também.
- É claro que me lembro, minha pele manteve as cicatrizes. Droga. – E sorri.
- Pronto, chegamos. - Ele disse.
Tínhamos chegado numa balada muito famosa de NY. Era cara, mas John fez questão de pagar pra mim. Quando entramos fiquei surpresa de tão imenso que aquele lugar era. Era lindo e tocava músicas do estilo Rock Indie. Era tudo que estava precisando mesmo. Sentamos perto do balcão e pedimos sucos naturais. Eu não queria beber álcool,já estava traumatizada.
- Quer dançar? – Ele me convidou
- John, sou péssima com músicas.
- Aproveita que essa música é calma e dá pra dançar de dois. Vem que eu te ensino! - Insistiu.
- Tudo bem então. Eu vou - Sorrindo.
Enquanto dançávamos John estava cada vez mais perto do meu rosto. Estava estranho demais pra mim. Considerava John como meu irmão, e dançar feito um casal de verdade era totalmente fora do normal.
- Você está tão linda esta noite
- É melhor pararmos por aqui, vamos nos sentar e conversar um pouco o que acha?
- Preciso te falar uma coisa antes...
- Fale... – Já esperava algo absurdo vindo de John.
- Eu te amo...mas é de verdade mesmo.
- John, eu...
Quando de repente me roubou um beijo...


continua...

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