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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

As pessoas raras.




Sim. Manteve coisas pequenas em seu quarto. Pequeno quarto em uma humilde casa, em uma vila. Coisas das quais se orgulhava a ter, a admirar, a adorar todos os dias. Ela era frágil, delicada, fraca demais pra conseguir tudo o que sonhava. Apesar de serem coisas pequenas. Ela nunca teve grandes ambições em sua mente, maiores que o próprio cérebro. E que cérebro! Mantivera fotos, objetos, lembranças fora de cogitação no chão do quarto. Logo após todo esse manejo de coisas imensuráveis. Ela se rebaixava. Sentia medo... Inverno. O inverno era seu melhor esconderijo. Sua mãe a obrigava ficar em casa esses dias frios. Ela perdera aulas construtivas que fariam bem ao seu futuro. Meros detalhes de sua infância.
Um dia ela cresceu. Mas continuou sendo ingênua todos os dias durante pelo menos bons dois anos. Foi logo após ter conhecido um verdadeiro desconhecido que tomou posse de seu coração frágil, mas grande feito um de mãe. Pra ela, ele sempre fora o príncipe de seus sonhos. O amor de sua vida. Cega pelos sentimentos errados.
O amor nos parte o coração como todos sabem, se realmente você não souber como domá-lo. O sentimento mais puro, mais invejado, mais lindo, e mais destrutível. Destrutível para nossos corações que quase param de bater quando se deparam com uma decepção. E quantas decepções foram ditadas até agora? Quantas vezes você já perdoou não perdoando? Você não foi completamente sincera quando prometera a si mesma que nunca mentiria quando o assunto fosse essa coisa de coração, sentimentos, amor e todas essas coisas que todos sabem. Acreditar em sua mentira pode ser uma conseqüência. Grave conseqüência.
Ela então se despediu e viu com seus olhos claros e trêmulos ele dizer Adeus. Pensou por longos instantes o que um amigo lhe tinha dito num fim de noite. O trem andava sobre os trilhos tempo atrás quando ela dissera sim ao rapaz meramente desconhecido e não ao seu melhor amigo. Partira seu coração aos pedaços, ela nem se quer olhou para o chão e viu-o implorando para ela não seguir em frente.
Há coisas que se devem ser pensadas com mais calma. Há caminhos que não devem ser seguidos. Há batalhas que não devem ser vencidas. Assim como a amores que não devem ser amados.
Ela entrou e pela sua não primeira vez chorou sentada perto da porta de entrada lembrando velhas coisas que tinha guardado. Ela entrou e como se tivesse passado uma história real em sua mente se virou em favor a porta, abriu, e sem mais pensar correu em direção ao mais novo sentimento que tivera encontrado em uma tarde tão tensa e cheia de decepções. Ao amigo que dissera não seguir em frente. Cabeça dura. Teimosa. Seguiu. Ao chegar mais próximo viu que já era tarde de mais. Partira dessa vez seu coração. E caiu de joelhos ao chão, completamente forçada a sorrir juntamente ao seu fracasso.
Há coisas que não se devem esperar. Há coisas tão raras que são impossíveis acontecer duas vezes. Há coisas que devem ser valorizadas. Assim como a pessoas bem na nossa frente que precisam ser enxergadas.

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