Páginas

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Quase vizinho




E ele outra vez me olha indiscreto. O que quer afinal? Me olha como se pudesse me engolir sem ao menos me tocar, me olha como se pudesse me beijar sem ao menos chegar tão perto da minha boca. E confesso que gosto, e não gosto e gosto, nem sei mais, enfim, ele é mais velho e já deve ter cursado uma faculdade, ou sei lá, é rico porque o pai é rico, ou trabalha tanto e sempre consegue o que quer. 
Esses dias mesmo eu vi ele sem capacete em uma moto com uma garota atrás sem capacete também. Seu irresponsável. Ciúmes? Eu deveria ter? Não, imagine só, eu nem o conheço, muito menos sei o que faz e quais são suas intenções, não sei sua idade, só sei que é mais velho, não sei seu nome, só sei que mora na mesma rua que eu, ou talvez não, talvez só trabalhe naquela casa, bom, não é exatamente uma casa. Passei por lá ontem e reparei no que estava escrito nela, uma construtora ou coisa parecida, nem me interessei. 
Hoje quando eu estava saindo, passei bem perto da onde trabalha, quando eu menos espero ele sai lá fora. Que susto! Quase surto. Eu queria mesmo que ele saísse lá fora, mas sei lá, fiquei tímida de uma hora pra outra. E preferi ficar na minha e passar sem olhar pra ele. Não deu, não resisti. Eu olhei e ele correspondeu. Errei? Os seres humanos erram, é normal, coisa de olho no olho, um flerte qualquer. E passei, sorri inocentemente e continuei andando. Não foi nada demais, ele só me deu uma inspiração básica e agora estou aqui. 
Recapítulando, é um desses caras que é fácil de se apaixonar, isso pra quem tem um coração bobo e se atrai facilmente por homens mais velhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário